Tratamento Farmacológico

Por Professora Dra. Eliane Aparecida Campesatto
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Antes de começarmos, lembre-se que a automedicação, muitas vezes vista como uma solução para o alívio imediato de alguns sintomas, pode trazer consequências graves como dependência, intoxicação e até a morte. Além disso, a administração incorreta de um medicamento pode acarretar o agravamento de uma doença, uma vez pode mascarar determinados sintomas.

Atualmente, não há um tratamento farmacológico de primeira linha para o novo coronavírus com base científica sólida. Entretanto, alguns fármacos vêm ganhando destaque, em especial a cloroquina/hidroxicloroquina, após o anúncio do presidente norte-americano, Donald Trump. No Brasil, os estoques dessas medicações diminuíram de forma assustadora, pois muitas pessoas por desespero e falta de informação se anteciparam, prejudicando dessa forma, por exemplo, pacientes com lúpus ou artrite reumatóide, que necessitam do uso contínuo desses medicamentos. Para evitar o desabastecimento do medicamento a estes pacientes com agravamento da doença e a automedicação com risco de toxicidade na população brasileira, no dia 20/03/2020, a Anvisa colocou a hidroxicloroquina e a cloroquina na lista de medicamentos controlados (vendidos apenas mediante apresentação e retenção da receita). A azitromicina, um antibiótico do grupo dos macrolídeos, tem sido sugerida em associação a cloroquina/hidroxicloroquina precocemente nos casos graves. Outros fármacos antivirais, como remdesivir, ritonavir e oseltamivir também tem mostrado resultados promissores no combate ao novo coronavírus.

É importante ressaltar que não há indicação da Cloroquina ou Hidroxicloroquina para prevenção da infecção por coronavírus. E os mesmos possuem efeitos colaterais como fraqueza, alterações cutâneas, cardiomiopatia, anemia aplástica, hipoglicemia grave, neuropatia e distúrbios visuais como a cegueira.

No Brasil, o Ministério da Saúde autorizou o uso (a critério médico) da cloroquina/ hidroxicloroquina como terapia adjuvante no tratamento de formas graves, em pacientes hospitalizados, sem que outras medidas de suporte sejam preteridas em seu favor.

Destaca-se que tais informações podem mudar a qualquer momento, uma vez que vários estudos clínicos estão em andamento, com o objetivo de avaliar a eficácia e segurança desses medicamentos aqui mencionados e de outros.

Fonte: NOTA INFORMATIVA Nº 6/2020-DAF/SCTIE/MS