AÇÕES DO PROTOCOLO DE BIOSSEGURANÇA CONTRA A COVID-19 DA UFAL PARA RETORNO PARCIAL DE ATIVIDADES PRESENCIAIS

Por Profa Dra Fernanda Cristina de Albuquerque Maranhão e Profa Dra Amanda Lys dos Santos Silva
- Atualizado em

Diante da pandemia da COVID-19, as Instituições de Ensino Superior (IEs) passaram por um processo de adaptação inicial para o ensino remoto emergencial, e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL) organizou o Plano Letivo Emergencial (semestre 2020.1/PLE) que foi concluído após ações formativas mais direcionadas aos docentes e priorizando a aplicação de metodologias ativas, contando com momentos síncronos e assíncronos entre docentes e discentes.

Em 21 agosto de 2021, o Brasil registou 20.556.487 casos confirmados de COVID-19, causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), e 574.209 óbitos, enquanto o Estado de Alagoas confirmou 233.285 casos e 6.006 óbitos (https://covid.saude.gov.br/). Com o avanço da vacinação no Brasil e em particular em Alagoas, que já aplicou 2.353.112 doses até o momento, várias instituições de ensino estão ampliando o ensino híbrido (remoto e presencial) e a UFAL avançou com a elaboração do Protocolo de Biossegurança para Enfrentamento da Pandemia do SARS-CoV-2 (PBS/UFAL, Versão 1) em 2021 (clique aqui para acessar).

As medidas de Biossegurança no PBS/UFAL seguem as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Governo do Estado de Alagoas, Secretaria Estadual e Municipal de Saúde, e devem ser adequadas de acordo com cada setor da Unidade Acadêmica/UA (secretaria, laboratórios de ensino e pesquisa, banheiros etc.). Os objetivos específicos focam ações indicadas pela Comissão de Gerenciamento da COVID-19 – CGCV (Portaria n° 376 de 12 de março de 2020) da UFAL, visando a orientação acerca de medidas básicas de Biossegurança indicadas para a prevenção, a minimização e/ou a eliminação de riscos à saúde em relação à COVID-19, com organização em etapas que considerarão a evolução da pandemia no país, em Alagoas e Maceió, pois são considerados parâmetros como a capacidade hospitalar disponível.

Sendo assim, com objetivo de fomentar a adoção das orientações gerais que garantem o retorno parcial mais seguro de atividades presenciais da comunidade acadêmica da UFAL, apresentamos os principais pontos do PBS/UFAL para as etapas de Plano Piloto e retorno presencial em 25%.

 

  • AÇÕES INDIVIDUAIS VÃO REFLETIR EM BENEFÍCIO COLETIVO NA COMUNIDADE ACADÊMICA

 

O planejamento é fundamental, devendo os responsáveis por laboratórios de ensino e pesquisa e áreas administrativas prezarem pela orientação frequente junto a seus alunos e colaboradores, pois a liberação de 25% de retorno programado de atividades de pesquisa, extensão e administrativas só poderá ocorrer se a etapa piloto for implantada corretamente, assim como a liberação gradativa no aumento de atividades diversas. Dentre as recomendações do PBS/UFAL, ressaltamos precauções fundamentais.

Nas etapas de preparação e piloto, coordenadores de cursos de graduação e pós-graduação, coordenadores de extensão, coordenadores de laboratórios e administração superior são corresponsáveis na informação e implantação acerca das recomendações sanitárias necessárias, devendo cada membro da comunidade acadêmica agir com responsabilidade individual e coletiva.

 

  • RECOMENDAÇÕES PARA TRASLADO SEGURO

 

  1. É preferível fazer uso de carro próprio, moto ou bicicleta, sempre sozinho. Isso evita a proximidade física com outras pessoas e o possível contágio entre elas. É extremamente arriscado dividir um ambiente tão pequeno com pessoas que podem estar doentes. No caso do carro, deve-se priorizar a ventilação natural por meio das janelas abertas, ao invés de usar o condicionador de ar. Um ambiente bem ventilado diminui as chances de contágio pelo SARS-CoV-2, assim como outras doenças. As mãos devem ser higienizadas antes e depois de fazer uso do carro.

 

  1. Deve-se evitar aplicativos de transporte e táxis, já que o motorista pode estar contaminado, ou o passageiro pode contaminá-lo também, mesmo sem saber. Mas se o meio de transporte escolhido for esse, da mesma forma que o carro próprio, recomenda-se: a presença de apenas um passageiro, abertura das janelas e nenhum contato da mão no próprio rosto enquanto estiver dentro do veículo. Ao desembarcar, a higienização das mãos deve ocorrer o quanto antes.

 

  1. De acordo com o decreto do Governo do Estado de Alagoas Nº 69.722/2020 (leia aqui), nenhum passageiro pode utilizar o transporte público se não estiver usando máscara (ALAGOAS, 2020). Apesar de necessária, essa medida não garante a proteção dos passageiros, já que as pessoas ficam sentadas muito próximas umas das outras e os olhos não estão protegidos. Diante desse panorama, o uso do transporte público (van ou ônibus) deve ser a última opção. Mas se for inevitável, é preciso, além de vestir a máscara:
  • Preferir horários alternativos com menor aglomeração;
  • Manter as mãos higienizadas;
  • Evitar ao máximo o contato das mãos com as superfícies do ônibus;
  • Manter as janelas abertas;
  • Evitar conversar com os outros passageiros;
  • Higienizar as mãos assim que desembarcar.
  1. É recomendado tomar banho de corpo inteiro e trocar de roupa ao chegar em casa para diminuir a rede de contágio.

 

  • RECOMENDAÇÕES DE MEDIDAS COMPORTAMENTAIS NA UFAL

De acordo com o PBS/UFAL todos os Campi fora de sede, Unidades diversas e Unidades Acadêmicas deverão realizar o acompanhamento de 03 fatores para a utilização do espaço físico: 1) garantir o distanciamento, 2) higienização (do ambiente físico e das pessoas) e 3) uso obrigatório de EPIs (de acordo com a especificidade da área ou do trabalho desempenhado).

 

1- Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)

Na escala de hierarquia dos riscos ocupacionais, os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são a última opção, ou seja, é utilizado quando o risco não pode ser eliminado, substituído ou isolado. E ainda vem depois de serem tomadas medidas administrativas, tais como capacitação dos recursos humanos. Por isso, p. ex., todos os alunos matriculados no Estágio Curricular Supervisionado Obrigatório do Curso de Ciências Biológicas (Bacharelado) tiveram de passar por um treinamento sobre as medidas de Biossegurança antes de iniciarem suas atividades no Instituto de Ciências Biológicas da Saúde (ICBS) ou em outras Unidades Acadêmicas (UAs), sejam elas remotas e/ou laboratoriais. E assim, no contexto da pandemia de COVID-19 e de acordo com o PBS/UFAL, os EPIs recomendados são:

  1. Equipamentos de proteção respiratória: Do tipo facial ou semi-facial com filtros substituíveis de classe P2; ou peça semi-facial filtrante não substituível de classe P2 (PFF2 ou equivalente) ou máscara cirúrgica ou máscara de tecido, sempre observando o tempo médio para a troca (2 horas). Uma pesquisa publicada no início de 2021 concluiu que a combinação de máscara de tecido sobre a máscara cirúrgica (Figura 1) amplia a proteção dessa barreira (acesse aqui).

 

Figura 1. Modos de uso da máscara cirúrgica. A) maneira convencional; B) máscara de tecido sobre a máscara cirúrgica. C) máscara com nó no elástico. Fonte: Brooks et al. (2021).

 

Atenção: 1) Qualquer pessoa presente no Campus deve fazer uso de máscara, mesmo em ambientes em que ela esteja sozinha.  2) A PFF2 ou equivalente com válvula não é recomendada para uso durante a pandemia de COVID-19. Ela é útil para o conforto do usuário, mas não filtra as partículas de dentro para fora, colocando todos ao redor expostos ao risco. 3) As atividades presenciais devem ser organizadas de maneira que não seja necessário que o aluno passe o dia inteiro na Universidade. Considerando-se que o único momento permitido para a retirada da máscara é durante a alimentação, esse se torna um ato de maior risco de exposição e contaminação ao SARS-CoV-2. 4) Seja a máscara do tipo cirúrgica, de tecido ou PFF2, sempre o manuseio deve ser exclusivamente pelos elásticos. Para a PFF2 ou equivalente, entretanto, é preciso seguir o procedimento operacional padrão para sua colocação (Figura 2).

 

Figura 2. Etapas para colocação PFF2 ou equivalente no rosto: a) Segurar o respirador com a pinça nasal próxima à ponta dos dedos deixando as alças pendentes; b) Encaixar o respirador sob o queixo; c) Posicionar um tirante na nuca e o outro sobre a cabeça; d) Ajustar a pinça nasal no nariz; e) Verificar a vedação pelo teste de pressão positiva. Fonte: BRASIL (2009).

 

 

  1. Protetor facial (face shield): Não é obrigatório, mas é indicado para todos já que esse EPI tem a função de proteger o rosto, especialmente os olhos, além de contribuir para preservar a integridade da máscara do usuário.

 

Atenção: O protetor facial não dispensa o uso da proteção respiratória.

 

  1. Luvas: Devem ser utilizadas sempre que houver necessidade de manipular documentos com celeridade entre várias pessoas do mesmo setor; caso contrário, deverá ser aplicado o tempo de quarentena para os processos físicos antes de seu manuseio. É preciso ter muito cuidado ao retirar esse EPI (veja aqui como fazer isso) e essencial higienizar as mãos após esse procedimento.

As máscaras denominadas PFF não possuem nenhum tipo de manutenção. Sendo assim, após a utilização, o produto deve ser descartado. Porém, considerando a excepcionalidade do momento, o reuso das máscaras do tipo PFF2 ou equivalente tem sido estimulado em todo o mundo. Entretanto, não há um consenso acerca de quantas vezes esse EPI possa ser reutilizado, de maneira que o usuário deve sempre prezar pela sua integridade. Portanto:

  1. É obrigatória a higienização das mãos antes de seguir a sequência de paramentação da máscara (veja aqui), seja ela nova ou já utilizada.
  2. Recomenda-se o uso de um protetor facial (face shield) para proteger a máscara de contato com as gotículas expelidas por outras pessoas.
  3. A reutilização deve ser feita sempre por um único usuário.
  4. O usuário deve utilizar luvas limpas ao vestir uma máscara PFF2 já utilizada e essas luvas devem ser descartadas na sequência.
  5. O usuário deve inspecionar visualmente a máscara PFF2 ou equivalente, antes de cada uso, para avaliar se sua integridade foi comprometida.
  6. Se não for possível realizar uma verificação bem-sucedida da vedação da máscara à face do usuário (veja aqui), a máscara deverá ser descartada imediatamente, mesmo que aparentemente ela esteja íntegra.
  7. Máscaras úmidas, sujas, rasgadas, saturadas, odorizadas, amassadas ou com vincos devem ser imediatamente descartadas.
  8. Em nenhuma hipótese o interior da máscara deve ser tocado e, se isso ocorrer, o EPI deve ser descartado e as mãos higienizadas em seguida.
  9. O usuário deve embalar a máscara que será reutilizada em saco de papel e rotular com seu nome para evitar uso acidental por outras pessoas (clique aqui para aprender como guardar sua máscara para uso posterior).

 

2- Higienização das pessoas e do ambiente

  • Protocolo de higienização das mãos contra o SARS-CoV-2:

 

A higienização das mãos (HM) é uma das ações integradoras das atividades de prevenção da COVID-19, se tratando do processo individual mais simples, rápido e de baixo custo capaz de impedir a propagação de micro-organismos que podem ser transmitidos por contato (Paula et al., 2021), quando realizada corretamente. Existem diferentes técnicas de HM que deixam as mãos livres de possíveis contaminações por microrganismos potencialmente patogênicos e são eficazes contra o novo coronavírus, e devem ser adotadas com frequência. A forma mais simples de HM pode ser priorizada, que é lavando as mãos com água e sabão, e, se porventura não houver lavatório por perto, faz-se necessário a utilização de álcool gel a 70% ou álcool líquido a 70% (PBS/UFAL). Na Figura 3 é possível observar o resultado de um experimento de Price realizado durante aula prática de Microbiologia no ICBS/UFAL, evidenciando a diferença entre fazer ou não HM (Vieira et al., 2019).

Figura 3. Experimento de Price: Placa de petri com resultado após cultivo de amostras de mãos que passaram ou não por técnicas de higienização seguida de cultivo em meio de cultura (ágar) e incubação por 24 horas. Fonte: Laboratório de Microbiologia Clínica do ICBS/UFAL.

 

Antes de iniciar alguma técnica de HM é importante retirar quaisquer adereços (anéis, brincos, pulseiras ou relógios) – a recomendação diante da pandemia da COVID-19 ainda sem o controle adequado é sair de casa apenas se necessário, e sem adereços). Os insumos básicos para HM são água, sabão comum (ou detergente) ou sabão contendo antisséptico (p.ex., clorexidina) ou apenas álcool 70%, a depender da técnica empregada. Ambos os desinfetantes à base de sabão e álcool são eficazes no controle de COVID-19 quando aplicados nas mãos completamente, esfregando por 40-60 segundos (20-30 segundos usando fricção com álcool 70%), enquanto segue cada etapa indicadas (WHO, 2009; Chaudhary et al., 2021)

 

  • A higienização simples das mãos envolve a utilização de água e sabão comum ou detergente. A ação de limpeza do sabonete é atribuída principalmente às moléculas de surfactante presentes no mesmo, e a micelização (formação de agregados micelares) é uma característica fundamental de todos os surfactantes e contribui para sua ação de limpeza contra microrganismos, incluindo o coronavírus (Chaudhary et al., 2021).
  • A higienização antisséptica das mãos é realizada com água e sabão contendo algum antisséptico, que vai ter uma potência específica a depender do tipo de antisséptico usado.
  • A fricção de antisséptico nas mãos também pode ser feita com álcool gel a 70% ou álcool líquido a 70%. Os álcoois são eficazes para inativar o SARS-CoV-2 porque atuam na estrutura da glicoproteína S, desnaturando-a (Fernandes; Ramos, 2020)

 

O processo de higienizar as mãos de maneira efetiva, friccionando com preparação alcoólica ou lavando as mãos tem etapas (Figura 4) que não devem ser esquecidas e depende de uma série de fatores (WHO, 2009):

  • a qualidade da preparação alcoólica;
  • a quantidade de produto utilizada;
  • o tempo de fricção ou lavagem;
  • a superfície da mão friccionada ou lavada.

 

Figura 4. Fricção antisséptica das mãos com preparação alcoólica e higienização das mãos com água e sabonete/sabão. Fonte: WHO, 2009.

 

 

  • Higienização dos ambientes: desinfecção de materiais, bancadas e equipamentos:

Três vias de transmissão primárias contribuem para a disseminação de vírus respiratórios como o SARS-CoV-2 (Figura 5): contato direto entre indivíduos, contato indireto via objetos contaminados/fômites e transmissão aérea via gotículas e aerossóis, sendo o contato direto e a transmissão aérea considerados as principais vias de disseminação viral (Castaño et al., 2021).

As partículas virais liberadas junto com a saliva podem permanecer flutuando no ar por aproximadamente 40 minutos e até 2h30min, até que o coronavírus se depositem sobre uma superfície, podem permanecer viáveis por algumas horas ou até dias a depender das características de cada superfície, (PBS/UFAL, 2020). Estudo recente publicado no New England Journal of Medicine indicou que o coronavírus é viável por até 72 horas em plásticos e aço inoxidável, 24 horas em papelão e 4 horas em cobre; e a quantidade do coronavírus em qualquer superfície vai diminuindo com o passar do tempo, reduzindo o risco de contaminação. A recomendação é evitar tocar em superfícies com as quais muitas pessoas têm contato (mesas, bancadas, maçanetas, interruptores, telefones, teclados, torneiras etc.) (PBS/UFAL, 2020).

Figura 5. a) Gotículas respiratórias e partículas de aerossol produzidas por um hospedeiro infectado durante a tosse/espirro, fala ou expiração podem infectar fômites ou outro indivíduo diretamente. As gotículas se assentam e são adsorvidas em fômites, enquanto partículas de aerossol podem permanecer suspensas no ar por minutos a horas; (B) A transmissão indireta mediada por fômites para um novo hospedeiro humano ocorre através do contato com os fômites e subsequente contato com regiões através das quais um vírus pode entrar no corpo. Os tempos de contato podem variar de ∼1 a 50 s. As partículas de vírus também podem ser transferidas para uma superfície por meio do toque da pele contaminada (setas azuis). Fonte: Adaptado de Castaño et al. (2021).

 

Há um consenso de que fômites contaminados desempenham um papel importante na disseminação de vírus como o novo coronavírus em uma ampla gama de ambientes (Castaño et al., 2021), mas a inativação do SARS-CoV-2 na pele humana é criticamente mais limitador do risco de transmissão de fômites do que a quantidade de vírus depositados em superfícies ambientais, que pode ser menor do que um inóculo usado em experimentos com SARS-CoV-2 (Weber; Stilianakis, 2021). Dessa forma, diante da impossibilidade de conhecer e controlar a dispersão de gotículas em fômites diversos, a desinfecção de superfícies ainda é uma das estratégias utilizadas para impedir a cadeia de transmissão de doenças baseadas em contato indireto com fômites.

Segundo o PBS/UFAL (2020), cada UA deve estabelecer um cronograma de higienização de todas as superfícies e utensílios (nesses espaços, não esquecer de interruptores, botões de elevadores, corrimão, teclados e mouse, braços das cadeiras, mesas, maçanetas etc.), sendo os coordenadores de laboratórios de pesquisa também responsáveis pela orientação dos discentes sob sua supervisão. Os produtos utilizados para limpeza e desinfecção devem ser os regulamentados e padronizados pela Anvisa e adequados à superfície a ser higienizada, p.ex., álcool ou detergente em quadros brancos retiram a película do quadro e o danificam, nesses casos, quando necessário higienizá-los, pode-se utilizar solução com hipoclorito de sódio (PBS/UFAL, 2020).

Muitos sanitizantes recomendados pela Anvisa podem inativar o SARS-CoV-2: álcool em concentrações entre 62-71%, peróxido de hidrogênio 0,5% e hipoclorito de sódio 0,1%, p.ex. A água sanitária é uma opção eficaz e de baixo custo e deve ser usada diluída em locais como tapetes sanitizantes – caso não seja possível colocar tapete sanitizante, um pano úmido com água sanitária diluída em água deve ser disponibilizado (50 mL de água sanitária para um litro de água) nas entradas dos ambientes com maior circulação de pessoas na UA.

 

  • Ação do hipoclorito de sódio: o NaClO(aq) se enquadra como o composto químico essencial de um saneante de uso bastante disseminado: a água sanitária, que é de baixo custo e fácil utilização, não deixa resíduos tóxicos e apresenta, nas concentrações de uso indicadas, uma relativa baixa toxicidade a humanos. É fundamental atentar à recomendação de diluição da água sanitária para que assim ela tenha a sua ação desinfetante potencializada (Figura 6), uma vez que apenas após diluição com água é que ocorre formação do ácido hipocloroso (HClO). O HClO é mais estável em pH menos básico que o da água sanitária comercial (com pH em torno de 8,0), com maior permeabilidade em sistemas biológicos, e assim, sua eficiência no coronavírus acontece devido às reações químicas de oxidação (Lima et al., 2020).

 

Figura 6. A solução aquosa de hipoclorito de sódio de 0,05 a 0,5% já é efetiva contra o coronavírus, e recomenda-se usar a diluição em até 30 dias. Pode diluir 25 mL de água sanitária comercial em 1 litro de água e, se for guardar, colocar em local fresco e protegido da luz (não use recipiente transparente). Veja aqui vídeo sobre como preparar solução de água sanitária para prevenir contágio do novo coronavírus. Fonte: Conselho Federal de Química.

 

O PBS/UFAL indica atenção especial para desinfecção também de equipamentos (Projetor multimídia, computadores, caixas de som, microfones, controles, fotocopiadoras, armários, mesas, etc.), sendo uma boa prática utilizar plástico filme ou outra proteção de plástico cobrindo os teclados, mouse, botões de elevadores, fazendo sua higienização, se possível, antes do próximo usuário utilizá-lo. Cada Campus/Unidade deve fazer campanha de orientação para que todos higienizem com frequência seu material pessoal (bolsas, celulares, cadernos, livros, etc.).

O isopropanol (álcool isopropílico) é mais indicado para uso em equipamentos eletrônicos, uma vez que tem menor risco de oxidar peças em geral, apesar de algumas limitações indicadas em nota oficial pelo Conselho Federal de Química. Clique aqui para mais informações.

 

Observações importantes:

- Uso de EPIs é obrigatório para a realização das atividades de higienização e desinfecção de superfícies.

- Em espaços e equipamentos compartilhados, na impossibilidade das equipes de limpeza presentes, os próprios usuários devem realizar a higienização das superfícies e espaços de trabalho, utilizando para isso o material de higienização que deverá estar disponível em cada espaço de utilização compartilhada.

 

3- Manutenção do distanciamento físico

No combate ao SARS-CoV-2, as melhores armas são os cuidados de higienização, o uso de equipamentos de proteção individual e o distanciamento físico (Figura 7).

Figura 7. Distanciamento físico mínimo requerido em toda a Universidade. Fonte: PBS/UFAL (2021).

 

Portanto é recomendado a todos que compõem o ICBS o cumprimento das seguintes diretrizes:

  1. O aluno só deve ir para a Universidade apenas quando a presença física for fundamental. Assim, nos laboratórios de pesquisa cabe ao docente responsável combinar com seus alunos um rodízio de pessoas para frequentar o ambiente. Essa escala deve ser informada à Direção da UA.
  2. Nos laboratórios de pesquisa e ensino deve-se respeitar o distanciamento, priorizar a ventilação natural e sob nenhuma hipótese será admitida a retirada da máscara nesse ambiente.
  3. Ao utilizar o transporte público, deve-se manter o distanciamento físico em todos os momentos, a saber: no ponto de ônibus, na subida do transporte e dentro dele (se possível).
  4. Durante as aulas presenciais, todos os docentes devem utilizar, além da proteção respiratória, o protetor facial e manter a distância de pelo menos 2,00m entre ele e a primeira fila de carteira, após a liberação de 25% das atividades, no formato híbrido, conforme prevê o PBS/UFAL (2021).

 

4- AÇÕES DIANTE DE SINTOMAS SUSPEITOS

As UAs devem manter a aferição da temperatura das pessoas com acesso na entrada principal, e o PBS/UFAL recomenda que pessoas com temperaturas superiores a 37,2°C deverão ser encaminhadas a um ambiente institucional específico e, posteriormente, para unidades de atendimento a COVID-19. Em caso de observação de sinais e sintomas sugestivos (suspeitos) de COVID-19 (Orientações na Figura 8), discentes, docentes, demais colaboradores e visitantes deverão ser imediatamente afastados de sua atividade até que tenham uma avaliação clínica que os permita, ou não, retornar às suas atividades, sem prejuízo das avaliações acadêmicas.

 

Figura 8. Definições de caso adotadas no Brasil para COVID -19, estabelecidas nos meses de fevereiro e março de 2020. Fonte: Iser et al., 2020.

 

O site do Governo de Alagoas tem lista para busca, indicando cada Unidade Básica de Saúde (UBS) e centrais de triagens disponíveis para a população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS), com as mesmas recomendações para usuários da rede privada. Faça uma busca aqui, se houver necessidade.

É preciso esforço de toda a comunidade acadêmica para que o retorno às atividades presenciais aconteça de maneira gradual, organizada e segura. Diante dessa necessidade de conscientização, com atitudes individuais e coletivas, o texto apresentado é uma iniciativa do ICBS para complementar as definições já estabelecidas pela UFAL, e para reforçar as medidas de Biossegurança reconhecidamente eficazes (Figura 9). Situações não previstas no PBS/UFAL (2021) deverão ser comunicadas via e-mail (comissaocgcvufal@outlook.com) para análise da CGCV, e em seguida encaminhado para deliberação da reitoria/UFAL.

 

Figura 9. Medidas básicas de biossegurança contra a COVID-19. Fonte: Autora.

 

REFERÊNCIAS:

 

  1. BRASIL (2009). Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Cartilha de Proteção Respiratória contra Agentes Biológicos para Trabalhadores de Saúde/Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Brasília: Anvisa. Clique aqui
  2. Brooks JT, Beezhold DH, Noti JD et al. (2021). Maximizing Fit for Cloth and Medical Procedure Masks to Improve Performance and Reduce SARS-CoV-2 Transmission and Exposure.   Morbidity and mortality weekly report. Fev/2021. DOI: 10.15585/mmwr.mm7007e1
  3. ALAGOAS (2020). Decreto do Governo do Estado de Alagoas Nº 69.722/2020. Disponível em: http://www.procuradoria.al.gov.br/legislacao/boletim-informativo/legislacao-estadual/DOEAL%2005_05_2020%20COMPLETO.pdf/view?searchterm= Acesso em 21 de julho de 2021. Clique aqui
  4. Universidade Federal de Alagoas, UFAL (2021). Protocolo de biossegurança para enfrentamento da pandemia de Sars-CoV-2[recursoeletrônico]. – Maceió, AL. Acesso em 22 de julho de 2021. Clique aqui.
  5. Castaño N, Cordts SC, Kurosu JM et al. (2021). Fomite Transmission, Physicochemical Origin of Virus-Surface Interactions, and Disinfection Strategies for Enveloped Viruses with Applications to SARS-CoV-2. ACS Omega. 5;6(10):6509-6527. DOI: 10.1021/acsomega.0c06335.
  6. Vieira KLP, Delfino AV, Mendonca-Neto PT et al. (2019). Importância do ensino e prática da higienização das mãos em Cursos de Ciências Biológicas e da Saúde. In: II Seminário Institucional de Monitoria da UFAL, Maceió-AL.
  7. WHO (World Health Organization). Hand hygiene technical reference manual: to be used by health-care workers, trainers and observers of hand hygiene practices (Manual de referência técnica para a higiene das mãos). (2009). Acesso em 22 de julho de 2021. Clique aqui.
  8. Paula, DG de et al. Hand hygiene in high-complexity sectors as an integrating element in the combat of Sars-CoV-2. (2020). Revista Brasileira de Enfermagem [online]. v. 73, n. Suppl 2: e20200316. DOI: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2020-0316. Acesso em 22 de julho de 2021.
  9. Chaudhary NK, Chaudhary N, Dahal M et al. Fighting the SARS CoV-2 (COVID-19) Pandemic with Soap. (2020) Preprints, 2020050060.
  10. Fernandes PA,Ramos MJO álcool contra a COVID-. 19. (2020). Revista de Ciência Elementar, v. 8, n. 2. Clique aqui.
  11. Weber TP, Stilianakis NI. Fomites, hands, and the transmission of respiratory viruses. (2021). J Occup Environ Hyg;18(1):1-3. DOI: 10.1080/15459624.2020.1845343.
  12. Lima, MLSO et al. A química dos saneantes em tempos de covid-19: você sabe como isso funciona? (2020). Química Nova [online]. v. 43, n. 5 pp. 668-678. DOI: https://doi.org/10.21577/0100-4042.20170552.
  13. OPAS/OMS, Organização Pan-Americana de Saúde e Organização Mundial da Saúde. Folha informativa sobre Covid-19. Disponível em: https://www.paho.org/pt/covid19. Acesso em 23 de julho de 2021. Clique aqui.
  14. Conselho Federal de Química. NOTA OFICIAL (atualizada) Esclarecimentos sobre álcool gel caseiro, limpeza de eletrônicos e outros. NOTA OFICIAL (atualizada) Esclarecimentos sobre álcool gel caseiro, limpeza de eletrônicos e outros (2020). Disponível em: http://conectamicro.uff.br/nota-oficial-atualizada-esclarecimentos-sobre-alcool-gel-caseiro-limpeza-de-eletronicos-e-outros/. Acesso em 23 de julho de 2021. Clique aqui.
  15. Iser BPM, Sliva I, Raymundo VT et al. (2020). Definição de caso suspeito da COVID-19: uma revisão narrativa dos sinais e sintomas mais frequentes entre os casos confirmados. Epidemiologia e Serviços de Saúde, 29(3), e2020233. DOI: https://dx.doi.org/10.5123/s1679-49742020000300018.