Doenças Crônicas e COVID-19 - Epilepsia

Por Professor Dr. Daniel Leite Góes Gitaí
25/05/2020 20h09 - Atualizado em 26/05/2020 às 16h25

Às pessoas com epilepsia, familiares e comunidade em geral

(versão revisada em 31.03.2020).

O objetivo deste texto é encaminhar alguns esclarecimentos e orientações fornecidos pela Epilepsy Foundation e International League Against Epilepsy (ILAE) sobre a relação entre COVID-19 (coronavírus) e Epilepsia. É importante atentar que o conteúdo está em permanente revisão diante do surgimento de novos fatos.

Até o momento, não há evidência de um efeito direto do COVID-19 nas crises epilépticas ou na epilepsia. Porém, é possível que pessoas com epilepsia apresentem uma mudança nas crises devido a outras doenças sistêmicas, à diminuição do acesso a drogas antiepilépticas, ao aumento do estresse e a interações com certos fármacos. Nesses casos, portanto, pessoas com epilepsia requerem uma atenção médica apropriada.

1. Epilepsia sozinha não aumenta o risco de contrair COVID-19 nem de apresentar as formas mais graves da infecção.

2. Não há evidências de que o uso de drogas antiepilépticas aumente o risco de contrair COVID-19, exceto para ACTH, corticosteróides, everolimo e imunoterápicos. Importante: se você tem alguma dúvida sobre o seu medicamento, não interrompa o tratamento - converse com o seu médico.

3. Não há evidências de que pessoas somente com epilepsia apresentem deficiência no sistema imunológico e, portanto, não devem ser consideradas imunocomprometidas. Entretanto, pessoas com certas causas de epilepsia ou com outras condições de saúde associadas podem ter fatores que afetam o sistema imunológico. É importante, portanto, que a pessoa com epilepsia consulte o seu médico sobre os possíveis riscos individuais e sobre a necessidade de precauções específicas.

4. As informações iniciais vindas de países onde tem ocorrido os surtos de COVID-19 indicam que o risco das crises ficarem piores em pacientes infectados com COVID-19 é baixo na maioria dos casos. Entretanto, é importante lembrar que quando uma pessoa com epilepsia adoece por outra condição pode ocorrer um aumento nas crises. Orientações para evitar esses gatilhos: a) siga as recomendações de distanciamento social, b) tome os medicamentos corretamente, c) alimente-se e beba água regularmente, d) tenha uma boa noite de sono, e) trate os sintomas do COVID-19 normalmente. Se a pessoa com epilepsia notar mudanças nas crises epilépticas, consulte o médico responsável para receber orientações específicas.

Se você tem alguma informação relevante sobre o manejo de portadores de epilepsia em relação ao COVID-19, compartilhe a informação com a ILAE, enviando e-mail para covid@ilae.org.